quarta-feira, 13 de maio de 2020

Cidadãos do mundo


Ser cidadão do mundo
A liberdade consciente é o elemento fundamental da nova onda de cidadania global, que consiste em ser-se semente e não árvore. Sentir-se bem onde estiver e por onde for porque, se o mundo é uma casa, em nada comum, é, em tudo, comunitária


Num desses dias dei por mim a ler as frases nas paredes do metro de Lisboa. A que me fisgou, naquela ocasião, dizia assim: “Não sou ateniense, nem grego, sou um cidadão do mundo (Sócrates)." Aproveitei o tempo de espera até à chegada do comboio para reflectir.
Foram exactamente sete minutos que acabaram rendendo um ensinamento para o resto da vida. Qual a razão para Sócrates dizer que não era ateniense nem grego? Relatos históricos confirmam a sua naturalidade. Por que razão Sócrates se dizia cidadão do mundo se, à sua época, o meio de transporte disponível o teria levado, quando muito, apenas a algumas milhas de Atenas? Coloquei-me na posição do sujeito daquela frase: “Não sou capixaba, nem brasileiro, sou um cidadão do mundo.”
Interessante como a boa filosofia é imortal. Consegue eternizar-se nas palavras. Sócrates esteve ali, naquele dia, de alguma forma, do outro lado da plataforma. Sentado, dialogou comigo, um estudante qualquer de um país que sequer pensou um dia existir. O que Sócrates me disse, enquanto esperava pelo metro, dissipou até a minha angústia da saudade de casa. O filósofo foi ateniense, mas não, não era ateniense, pois, embora natural daquela cidade, não pertencia à mesma. Atenas não possuía Sócrates, ele tão-pouco possuía Atenas. Sócrates foi grego, mas não era grego. Não era da Grécia, nem a Grécia era dele.
Ser cidadão do mundo é não ter fronteiras dentro de si. É ser um, com o mundo, e o mundo estar um, em ti. É romper os obstáculos de línguas, culturas, raças e etnias. Para ser verdadeiramente cidadão do mundo, disse-me o filósofo, era preciso sentir-se em casa. Estar em casa não aqui, nem ali, mas em toda e qualquer parte do mundo.
A liberdade consciente é o elemento fundamental da nova onda de cidadania global, que consiste em ser-se semente e não árvore. Sentir-se bem onde estiver e por onde for porque, se o mundo é uma casa, em nada comum, é, em tudo, comunitária. Quando nascemos nesta casa, invariavelmente, imaginamo-nos a morar para sempre num dos seus quartos, e esquecemo-nos da existência de tantos outros a compor, no fim, o mesmo lar.
Em momento algum, Sócrates me orientou a esquecer a minha pátria. Pelo contrário, incentivou-me à reflexão de que para ser cidadão do mundo é preciso transpor as distâncias que separam os quartos. Não é omitir as origens, é sim enxergar as verdadeiras origens, pois elas são comuns à própria casa. Ser cidadão do mundo é ser feliz mesmo longe de tua cidade, é fazer do teu país, a felicidade. Depois daquele dia, o meu passaporte de vida já não distinguia mais o lugar onde nasci dos lugares por onde passei. Os carimbos que então coleccionava, agora tornavam-se um: cidadão do mundo.




 Aqui fica uma proposta final (ativem as legendas):

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Atividade 4 - Fluxos migratórios

Observa a seguinte notícia...

 
Tarefa
1 - O que são fluxos migratórios?
2 - Portugal teve, ao longo do passado recente, 'surtos' de emigração. Para onde foram e porque foram para paises estrangeiros tantos portugueses? Tens alguém conhecido emigrado?
3 - Como vimos na notícia, Portugal é também um destino de imigração? Quem vem para Portugal e o que tem Portugal a oferecer a estas pessoas?
4 - Ao longo da história, recebemos influências de outros povos. A Língua e a cultura desses 'imigrantes' faz hoje parte da nossa cultura. Dá exemplos de palavras ou tradições ( música, gastronomia, moda, pintura...) que 'importámos' desses estrangeiros.
5 - Vê o seguinte vídeo. A presença de estrangeiros em Portugal enriquece-nos! Concordas? Dá a tua opinião

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Actividade 3 - Preservação cultural e modernidade

No âmbito do módulo de Culturas de Urbanismo e Mobilidade importa refletir sobre como conciliar modernidade com preservação cultural.


1. Define os seguintes conceitos, tendo por base a obra Lisboa, cidade de bairros e tradição?

  • Tradição popular Pág. 22
  • Autenticidade Pág 28 
  • Centro histórico Pág 32 
  • Bairro (popular/histórico/típico) Pág 38

2. Observa o seguinte vídeo:
https://www.imagensdemarca.pt/artigo/tradicao-e-modernidade-de-maos-dadas/


3. Elabora uma lista de actividades turísticas e económicas que podem/devem estar associadas à preservação cultural.

4. Seleciona uma dessas atividades e prepara uma apresentação onde contraponhas tradição com modernidade.

Bom trabalho!

Pedro

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Atividade 2 - Património Cultural


LINK para download

Atividade 1 - A casa e o bairro - Direito à habitação


Parte 2
Direito à Habitação e Qualidade de Vida
Constituição da República Portuguesa
A Constituição é a lei fundamental que regula os direitos e garantias dos cidadãos e define a organização política de um Estado. É, assim, a estrutura jurídica basilar de um determinado país. Na medida em que os preceitos constitucionais são a referência de todo o sistema político de um Estado, as leis ordinárias são-lhes subordinadas e não podem contradizê-los nem alterá-los. A conformidade das leis ordinárias à Constituição é salvaguardada por órgãos competentes (no caso português, na atualidade, pelo Tribunal Constitucional) e a revisão do diploma fundamental tem que obedecer a determinadas formalidades, definidas na própria Constituição.

Segundo a Constituição da República Portuguesa, todos têm o direito, para si a para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar; todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender (Art, 65º e 66º)

Habitação é, desde os primórdios, o abrigo utilizado pelo homem como proteção das ameaças do meio ambiente ou do seu semelhante. Definido como o lugar em que se habita, o termo confunde-se, no uso corrente, com domicílio, residência, moradia, vivenda, casa, apartamento... Segundo a Organização das Nações Unidas, trata-se do "meio ambiente material onde se deve desenvolver a família, considerada unidade básica da sociedade".
A habitação pressupõe construção, estando a sua configuração dependente de fatores como os materiais disponíveis, as técnicas de construção dominadas por determinado grupo e respetivas conceções de planeamento e arquitetura, em função das atividades económicas, do estilo de vida e dos padrões culturais. Nas grandes construções imperam o ferro e o cimento, o que leva ao surgimento de novas conceções arquitetónicas, enquanto as técnicas de refrigeração e de calafetação de ambientes tornam a casa, principalmente a urbana, imune aos efeitos climáticos.
As habitações urbanas tornam mais evidentes as diferenças sociais. Os padrões de vida, muito mais diferenciados, criam profundos contrastes, com habitações de luxo edificadas muitas vezes perto de habitações extremamente pobres, na sua maioria clandestinas.


1-    Classifique as afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F).
Afirmações
Verdadeiro
Falso
a)    Nos tempos antigos, a habitação era sinónimo de abrigo.


b)    Segundo a ONU, a família deve desenvolver-se na habitação.


c)    A configuração da habitação é, habitualmente, homogénea.



Afirmações
Verdadeiro
Falso
d)    A construção é levada a cabo em função de algumas atividades, nomeadamente a económica e a social.


e)    Uma das funções da calafetação de ambientes é permitir a entrada do ar exterior nas casas.


f)     Nas cidades não são evidentes as diferenças arquitetónicas ligadas ao fator social.


g)    O contraste visual e estrutural das várias habitações urbanas realça o fosso existente entre as várias classes sociais.



Planeamento Urbano e Espaços Verdes


Um especto importante do planeamento urbano sustentável é a provisão de espaços verdes a várias escalas. Espaços de recreio, parques e jardins nas áreas urbanas e espaços livres periféricos, com fins múltiplos, reduzem a poluição, criam zonas de vida selvagem e tornam o campo acessível aos habitantes das cidades. Também contribuem para a saúde física, social e psicológica dos indivíduos e da comunidade.
Os jardins e outros espaços verdes proporcionam descontração visual e física em relação, por vezes, ao espaço confinado existente dentro do edifício. Caso o terreno tenha limitações de espaço, existem opções que podem ser exploradas, nomeadamente varandas, terraços, coberturas ajardinadas ou pátios. O desenho dos espaços verdes deverá tirar partido da paisagem, da água e da vegetação, para modificar a qualidade do ar e as condições de ruído, vento e abrigo, luz e sombra, proporcionando as melhores condições para os utilizadores dos edifícios e dos bairros.


Reflete sobre o que entendes sobre qulidade vida e porque é o direito à habitação uma garantia constitucional. O que pode ser feito para que um bairro, como o Bairro Alto, não perca habitantes pela pressão turística e pela proliferação de bares e discotecas?

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Atividade 1 - A casa e o bairro



Ficha de trabalho
Parte 1

Textos de apoio retirados da compilação de comunicações – “Viver (N)a Cidade”


1. O lar:
Todo o ser humano vive num espaço privilegiado que constitui a "sua casa" e que designamos de maneira geral pelo termo de lar. Esta palavra, que tem uma forte ressonância emocional e social, evoca para cada um o facto de, entre todos os espaços, um deles ser mais que todos os outros, o seu lugar de vida.

FISHER, Gustave-N., Psicologia Social do Ambiente,Lisboa, Instituto Piaget, 1994 (adaptado).



- A simbologia da casa, tal como árvore, a cidade, e o centro, está associada ao centro do mundo, já que ela é uma espécie de redoma dos indivíduos que se movimentam e organizam a sua vida a partir do lar. A casa é também uma espécie de reflexo do universo, pois constitui uma unidade, um todo, um conceito espacial, físico, emocional e psicológico. A sedentarização trouxe a forma quadrada às casas, definindo-lhe uma posição relativamente aos quatro pontos cardeais e situando-as no espaço. Algumas pessoas vivem em casas espaçosas, outras em imóveis coletivos barulhentos ou em loteamentos abarracados, outras em casas de campo, cada um vive condicionado pelo espaço condicionado a sua categoria social.

1.1-    Reflita sobre o conceito de lar e a importância deste na vida das pessoas.
1.2-    Comente a frase: “Cada um vive condicionado pelo espaço condicionado à sua categoria social.”
 
2. A casa ideal

2.1-    Ao construir uma casa pretendemos uma maior qualidade de vida, aliada a práticas de lazer. Estabeleça as associações corretas.

a)    Cozinha fresca e equipada

b)    Piscina exterior

c)    Jardim
1)    Habitabilidade
d)    Lavandaria
2)    Práticas de lazer
e)    Casa de banho completa com banheira

f)     Sala de leitura

g)    Quartos amplos e arejados



3. O bairro
 O bairro é uma área determinada, delimitada no território, que surge de forma espontânea ou de forma planificada. A sua localização obedece a fatores de natureza geográfica, social, política, ambiental, etc., existindo bairros do centro histórico e bairros exteriores ao perímetro inicial da cidade.
Os bairros apresentam uma certa unidade que lhes confere determinadas características (arquitetura, cor, população…), gerando uma certa homogeneidade em relação aos seus habitantes. São a ligação privilegiada da cidade com a sua área de envolvência, podendo ser efetivamente aceleradores da expansão desta em termos de valores e comportamentos. Podem aproximar o campo da cidade, ou, por outro lado, travar ou impedir o processo de relacionamento da cidade com aquilo que se situa à volta dela.
Num bairro de origem urbana (população que sai da cidade) essas situações são de interrupção entre a cidade e o campo. Num bairro de origem rural, a situação é de aproximação em relação à cidade.

3.1-    reflita sobre a importância do conceito de bairro e apresente as suas diferenças em relação à aldeia/ vila/ cidade.
 

Parte 2 -    Campo lexical e campo semântico

Campo Lexical
Campo Semântico
Conjunto de palavras associadas, pelo seu significado, a um determinado domínio conceptual.
O conjunto de palavras "jogador", "árbitro", "bola", "baliza", "equipa", "estádio" faz parte do campo lexical de "futebol".
Conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos diferentes contextos em que se encontra.
Campo semântico de "peça": "peça de automóvel", "peça de teatro", "peça de bronze", "és uma boa peça", "uma peça de carne", etc.

1 - Construa o campo lexical dos termos dados, reescrevendo os elementos nos respetivos locais.

praceta      lojas     jardim     hospital     avenida     igreja     rua     vivendas      prédios      escola   tribunal     palacete     vivenda      barraca      moradia       palhota      apartamento   prédio      solar

Cidade
Habitação








2 - Após leitura atenta do texto, proceda ao levantamento dos vocábulos pertencentes ao campo semântico de casa e sublinhe-os no texto.
            A pequena cidade luz em todo o seu esplendor. No cimo da colina, destaca-se um solar antigo, rodeado de árvores frondosas, e no seu sopé, um aglomerado de pequenas vivendas e pequenos edifícios de apartamentos, pinta a paisagem das mais diversas cores. Sobressai o amarelo de um palacete que já não alberga nobres moradores, mas cumpre nobres desígnios: É casa do Povo, é casa de Espetáculos, é Casa da Cultura, é Casa Museu, é Casa de todos.